Chevrolet 100 anos – relembre os primeiros carros da marca no Brasil


A Chevrolet não trouxe apenas carros para as ruas – trouxe mobilidade para as pessoas, progresso para as cidades e industrialização para o país.
Nestes 100 anos de presença nacional, a marca tem impactado a vida de gerações de brasileiros com modelos emblemáticos, incluindo a picape 3100 Brasil, o Opala, o Onix e mais recentemente os elétricos.
Ao todo foram produzidos quase 20 milhões de veículos, o que representa um em cada cinco modelos vendidos.
Este levantamento registra o legado de inovação da Chevrolet no Brasil, destacando suas contribuições para o conforto, segurança e eficiência dos automóveis.
A marca lançou mais de 100 modelos distintos ao longo do século, superando 500 quando consideradas as variantes de carroceria e suas atualizações.
Veja a lista completa de carros da marca lançados no Brasil até 1964.
1. Superior (1925-1926)

Produção de veículos de passeio e utilitários Chevrolet no Brasil vem atender crescente demanda por mobilidade, que requer soluções práticas, confiáveis e acessíveis para o transporte de pessoas e de carga, tanto que o produto que inaugura a linha de montagem da GM no país é um furgão de 25 cv para até 500 kg.
Os modelos da mesma família são “Tourismo”, Sedan, Voiturette, Coupé 2, Chassis “Tourismo” e Commercial. Todos já com partida elétrica e opção de para-brisa basculante.
2. Capitol (1927) Nesta época, mesmo pequenas mudanças visuais, mecânicas ou estruturais são suficientes para o carro ganhar outra nomenclatura ou apelido. Caso do Capitol – ou “Cabeça de Cavalo” -, alcunha que durou até 1930 por conta do capô elevado. Essas linhas têm autoria do recém-criado centro de estilo liderado por Harley Earl, considerado o mais influente e inovador designer da história. Modelos trazem opção de dois ou cinco lugares.
3. National (1928) Modelo ganha entre-eixos mais longo (prevendo já o motor seis cilindros no futuro), novos equipamentos e potência extra. São oito modelos, incluindo um cupê com fileira de banco escamoteável na parte externa, popularmente chamado de “banco da sogra”.
4. International (1929)

Os carros de passeio e de carga (para impressionantes até 1,5 tonelada) passam a ter sutis diferenças. Este é o ano de estreia do motor seis-cilindros, característica que batizou o modelo. O “Six” traz o mote do nome em uma sacada de publicidade. “Seis quase pelo preço de quatro”, uma referência à superioridade mecânica, já que os carros do segmento têm quatro cilindros. Portfólio ganha atualizações visuais, principalmente na parte frontal, e opcionais de luxo, como aquecedor e acendedor de cigarros.
5. Universal (1930) O Six inova com um medidor de combustível no painel, facilitando o monitoramento da gasolina no tanque – algo ainda incomum entre o final dos anos 20 e começo da década de 30. Outra novidade eram os amortecedores hidráulicos, mais suaves e capazes de conter o movimento lateral da carroceria. As versões mais caras tinham rodas com raios de metal, um diferencial, já que o padrão mesclava madeira.
6. Independence (1931)

Aqui há uma importante mudança visual, e apesar de os carros terem uma identidade global, no Brasil eles são catalogados pela GM pelo código da série. O Independence, por exemplo, era “Série AE”, os utilitários “Série LT” e os Caminhões “Série M”. Mas o consumidor se referia aos modelos pelo ano e estilo de carroceria, tipo “Chevrolet 1931 Sedan”. Outra novidade é a criação das versões Standard e DeLuxe, com diferentes níveis de sofisticação, e opção de rodagem dupla para caminhões.
7. Confederate (1932) Para estimular a retomada das vendas afetadas pela crise econômica global, os carros da GM ficam bem mais atraentes com elementos do Cadillac Sixteen. Ao todo, a linha Chevrolet no Brasil passa a ter 17 modelos entre conversíveis (teto dobrável), abertos (sem vidros laterais) e fechados (teto fixo), estes últimos os preferidos do consumidor local. É a última geração de “calhambeques”.
8. Ônibus (1932 – 1964)

É no começo dos anos 1930 que a Chevrolet inicia a produção de jardineiras com carroceria nacional como uma alternativa aos bondes elétricos. Urbanização começa a ganhar força, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, a então Capital Federal. Vários outros ônibus da Chevrolet marcaram época, incluindo o “Transaço”, que tinha carroceria totalmente metálica. Ao longo do tempo, outros veículos da linha pesada foram adaptados para o transporte coletivo.
9. Master (1933 – 1942) Mais um salto evolutivo de design trazido pela Chevrolet. As diversas variantes do carro ganham formas arredondadas estilo Art Deco com capô alongado, para-brisa mais inclinado, rodas menores e teto rebaixado, dando um aspecto e comportamento mais dinâmico. Estreia inovações como quebra-vento, suspensão independente, vidro laminado, banco deslizante e carroceria toda de aço, aumentando a durabilidade em relação a estrutura antes feita de madeira. Standard, Eagle e DeLuxe são as principais versões. Com atualizações, os faróis são deslocados para os para-lamas e as carrocerias ganham porta-malas, enquanto o motor passa a ter 86 cv, colocando o modelo em um outro patamar de desempenho.
10. Caminhão C.O.E. (1939 – 1953) Um dos pesados mais icônicos da América, o COE (Cab Over Engine) tem a cabine posicionada sobre o motor, também conhecido como “cara chata”. Este tipo de configuração inova por permitir que se aproveite melhor o comprimento do chassi para a área de carga. É facilmente adaptável para outros tipos de aplicações, entre elas guincho, tanque, reboque e até ônibus.
11. Tigre (1940 – 1947) Pela primeira vez um utilitário tem sua identidade externa completamente diferente dos carros de passeio. Nesta época, a linha de pesados domina as vendas. Por isso, a Chevrolet investe em novos modelos, como a picape Tigre e outras derivações do produto, desde furgão, ônibus e até caminhão de grande porte, o famoso Gigante. Uma das novidades tecnológicas é a transmissão de quatro marchas.
12. Fleetmaster (1946 – 1948) Após hiato de novidades e interrupção da produção durante a Segunda Guerra, a linha retorna com nomenclaturas e novos equipamentos, como relógio e rádio incorporados ao painel e transmissão totalmente sincronizada. A partir de então, cada estilo de carroceria passa a ter uma identidade própria. O Fleetline é o mais estiloso com design fastback de teto inclinado. O modelo intermediário e de aparência mais tradicional é batizado de Fleetmaster, o de entrada é o Stylemaster. Todos levam até seis passageiros.
13. “Boca de Sapo” (1948 – 1954)

É a estreia da linha de picapes modernas da Chevrolet. O modelo 3100 é apelidado por conta do formato arredondado da dianteira, com grade e faróis proeminentes. No último ano, recebe uma reestilização e um novo codinome: “boca de bagre”. No interior, novos materiais, como baquelite (um precursor do plástico) e aço inoxidável, permitem cabines mais criativas, com adornos nos botões e novas cores. Tem a linha leve Thriftmaster e Loadmaster com maior capacidade de carga, classificada já como caminhão, além de furgões com diferentes entre-eixos.
14. Styleline (1949 – 1952) Com para-lamas dianteiros já integrados e porta-malas mais volumoso, Styleline redefine o aspecto dos sedãs, agregando elegância e praticidade. Sistema de iluminação mais avançado garante mais segurança em deslocamentos noturnos, principalmente. Apesar de os registros oficiais datarem que o modelo permanece três anos em linha, há unidades novas registradas posteriormente, como acontece com outros modelos.
15. “Belair” (1953 – 1964) É um dos mais icônicos Chevrolet de todos os tempos. Sua trajetória marca a era de ouro dos automóveis. Nasce como uma variante do Styleline, o primeiro “hardtop” (sem coluna central). A partir de 1953 ganha status de modelo topo de linha com pisca de série, opção de vidros elétricos e outros eletrônicos por conta de uma inovação: a bateria de 12V. Em 1957 surpreende com injeção de combustível, opcional da versão V8, que, nesta configuração, desenvolve 287 cv, igual ao Corvette. Modelos One Fity e Two Ten completam a linha.
16. “Marta Rocha” (1955 – 1956)

Picape recebe esse apelido por causa da sua aparência robusta e elegante, que lembra as curvas da Miss Brasil de 1954, Martha Rocha, que havia perdido o concurso mundial por ter “duas polegadas a mais nos quadris”. Os fãs da Chevrolet Task Force brincam que o veículo também tem “duas polegadas a mais” de carroceria, já que é mais larga que o predecessor. É pioneira na marca em adotar o estilo “Fleetside” – linha de cintura da caçamba alinhada à da cabine e para-lamas, criando a sensação de um elemento único da dianteira a traseira.
17. Impala (1958 – 1964) O Impala é o carro de maior sucesso do mundo nos anos 60 e o representante do que há de mais avançado em tecnologia do mercado nacional. É o modelo mais caro da linha Chevrolet. Tem faróis duplos, conta-giros, rádio com botão seletor de estação, entre outros. Algumas unidades foram encomendadas por celebridades, empresários, autoridades e personalidades, inclusive nas versões Delray e Biscayne. Apesar de combinar com o motor V8, muitos brasileiros optam pelo V6 (147 cv) devido a diferença tributária.
18. Nomad (1958 – 1961)

O nome aparece pela primeira vez em 1954, em um carro-conceito baseado no Corvette que combina o estilo esportivo com a praticidade de uma perua. Mas a versão de produção nasce como uma derivação do Bel Air, com a traseira inspirada na do protótipo de duas portas, coluna C inclinada para frente e tampa traseira bipartida. Depois, adota a identidade visual do Impala quatro-portas e tudo fica diferente, inclusive a traseira, que muda para aproveitar melhor o espaço, seja para uma fileira extra de banco ou para bagagens. É quando a perua chega também nas derivações Yeoman, Brookwood, Parkwood e Kingswood.
19. Chevrolet Brasil (1958 – 1964) É a primeira picape da GM produzida por aqui com alto índice de componentes nacionais. Ganhou esse nome, pois ostentava o mapa do Brasil no logotipo da Chevrolet. Aproveita a base e a mecânica (4.3L 144 cv) do modelo 3100 norte-americano, mas com uma dianteira projetada exclusivamente para as preferências do consumidor local. Um ano antes, a GM iniciava a produção da versão caminhão do produto.
20. Amazona (1959 – 1964)

É o precursor do SUV moderno, com capacidade para até oito ocupantes. Tem versões de duas ou três portas. Combina robustez, funcionalidade e muito espaço interno, ideal para grandes famílias (algo muito comum à época) e uso em áreas rurais. Há ainda uma versão do tipo furgão, voltada para aplicação profissional, conhecida como Corisco.
21. Alvorada (1961 – 1964)

A primeira picape com cabine dupla da Chevrolet em produção regular no mundo é uma variante da 3100 Brasil. Combina capacidade de carga e espaço para até seis passageiros, conceito inspirado em modelos especiais da empresa feitos desde os anos 1940, que se tornaria o padrão global da indústria neste segmento.