Entenda o significado do número do chassi dos veículos

Saiba o que significa os números presentes no Chassi dos carros.
A compra de um carro ou troca por um modelo mais novo é, na maioria das vezes, motivo de satisfação.
Entretanto, caso a opção seja por adquirir um veículo seminovo, é preciso saber se aquele automóvel não foi batido, roubado ou adulterado.
Uma verificação ao número de chassi, o ‘DNA’ de qualquer veículo, pode sanar essas dúvidas. Além disso, evita dores de cabeça com a polícia e o Detran.
A numeração tem 17 caracteres alfanuméricos (antes da regulamentação, variava de 5 a 21 caracteres), que identificam ano, modelo, origem e detalhes do veículo.
O chassi é uma base de aço, alumínio ou outro metal rígido, sobre o qual é montada a lataria, o motor e outros sistemas necessários ao funcionamento do carro e à segurança dos passageiros.
Na fábrica, cada chassi recebe uma numeração única. Não há outra igual no mundo. Se você olhar no documento do carro (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo – CRLV), há um campo com esta numeração.
Alguns manuais do veículo indicam onde estão impressas as numerações. Essas são as primeiras peças que o consumidor deve olhar, para conferir se a numeração de chassi bate com o que está no documento.
É obrigatório?
Não, não é obrigatório, mas algumas montadoras ainda colocam esta mesma numeração na parte interna do para-lama, na porta do lado direito, em algum local da parte traseira e até no teto, por dentro do forro.
Qualquer número que esteja diferente do que consta no CRLV indica que o carro foi possivelmente adulterado, seja em função de avaria física, furto ou roubo.
No primeiro caso, o veículo pode ter sido remarcado porque, em um acidente, a numeração foi danificada por completo e houve a necessidade de substituição da peça.
Ou ainda, pode acontecer de um veículo mais antigo ser deteriorado pela ferrugem, deixando a numeração ilegível. Aí, é preciso remarcá-la.
No segundo e no terceiro caso, os criminosos costumam alterar ou raspar completamente os números para dificultar que a polícia identifique a origem e o proprietário daquele automóvel, caso sejam pegos.
Entretanto, ninguém pode fazer essa remarcação por conta própria. É necessário procurar o Detran para documentar todo o procedimento.
Tudo fica registrado no órgão de trânsito e também no CRLV, para indicar que houve a alteração. No entanto, isso deprecia o valor do veículo na hora da venda.
Como fazer a checagem
Além do chassi, o motor e o câmbio também recebem numerações únicas por veículo.
No geral, empresas de vistoria veicular têm acesso à base de dados do governo e fazem a consulta do veículo. Isso é chamado de vistoria cautelar.
Alguns sites de vendas de automóveis e aplicativos para celular também oferecem o serviço.
O usuário informa o número do chassi no sistema e recebe de volta todas as informações referentes àquele veículo, como o Renavam, a cor, o ano, o modelo, a placa, o número do motor e o número do câmbio.
Por isso é preciso olhar cada uma das peças, para ver se os números e características coincidem com o registro. Qualquer detalhe diferente do que está no sistema poderá ser classificado pelo usuário como adulteração.
Essas consultas não são gratuitas. As vistorias cautelares podem custar de R$ 130 a R$ 300 e são feitas por empresas especializadas.
Já as consultas em sites e aplicativos podem custar até R$ 50 cada, mas são feitas pelo próprio usuário, que nem sempre tem o conhecimento necessário para detectar fraudes.
Algumas instituições financeiras, inclusive, não fazem financiamentos se não houver a vistoria cautelar ou laudo eletrônico, algo que, conforme Ferreira, vale a pena para evitar dores de cabeça futuras.
Significado da numeração
Os 17 caracteres, conhecidos por VIN, seguem regras definidas pela Organização Internacional para Padronização (ISO) em 1979 e normalizadas pela ABNT em 1980 (6066/80).
Os três primeiros caracteres, chamados de WMI (World Manufacturer Identifier ou identificador de fabricante mundial), são identificados da seguinte forma:
O primeiro dígito indica a área geográfica onde foi fabricado (América Latina, Ásia etc)
O segundo indica o país, dentro de uma área geográfica.
O terceiro dígito indica o fabricante/montadora (G = General Motors, F = Ford, W = Volkswagen etc).
Dependendo da quantidade de veículos fabricados por ano, esse campo deve ser preenchido com o número 9.
O segundo bloco de números, que vai do 4º ao 9º carácter, é chamado de VDS (Vehicle Description Section ou seção descritiva do veículo), cujas informações são definidas de acordo com o padrão criado por cada montadora, geralmente utilizados para classificar o modelo dos veículos.
O terceiro bloco, chamado de VIS (Vehicle Identification Section ou seção indicadora do veículo) vai do 10º ao 17º seguindo as seguintes regras: Entre o 10° e 13³ podem existir caracteres numéricos e alfanuméricos. Entre os 14° e 17° somente caracteres numéricos.
O décimo caracter pode ser representado por letras ou números e permite identificar o ano do veículo.
O 11º dígito mostra qual a fábrica e local o fabricante montou o veículo (exemplo: Renault – São José dos Pinhais; General Motors – Indaiatuba etc).
Do 12º em diante está a numeração de série do carro, que é padronizada por cada montadora.
Além dessas informações, é possível identificar tabelas definidas para área geográfica por continente, país, fabricante e ano.
Veja mais
Novo Honda City 2020 é revelado
Jeep Grand Cherokee Limited chega ao Brasil
Aprenda dicas para comprar um seminovo