Conheça a história de Caoa, o homem dos carros

Se você esbarrar com ele num shopping center ou no meio da rua certamente não o perceberá. E até mesmo se lhe entregar o RG dele estampando o nome Carlos Alberto de Oliveira Andrade nada vai mudar.
Até porque não é artista de TV, de internet e nem astro dos esportes. Agora se ele se apresentar pelo famoso apelido, a história é outra. Já ouviu falar em Dr.Caoa? Aquele das lojas de carros? Pronto. É ele mesmo.
Caoa é a abreviação do nome de batismo Carlos Alberto de Oliveira Andrade, 76 anos, o empresário mais importante da indústria automotiva do Brasil.
Entenda como tudo começou
Ele entrou no ramo automotivo ao comprar um carro e não receber, devido a falência da concessionária.
Foi até a loja para resolver a questão, acabou comprando a revenda e virou o principal nome da indústria automotiva do Brasil.
Caoa não costuma dar entrevistas, mas todas as vezes que encontra o jornalista Silvio Menezes conta boas histórias.
O jornalista Sílvio Menezes junto com o empresário Caoa Os dois se encontraram em um evento em São Paulo Seus encontros sempre rendem boas conversas
São muitas as histórias do principal nome da indústria automotiva nacional.
Visionário, esse paraibano se formou em medicina no Recife. Depois largou a profissão de médico, pois decidiu comprar e administrar uma concessionária.
Você provavelmente já comprou um carro da marca dele
Apesar de não ser um rosto tão popular para o grande público, é uma celebridade no mundo dos negócios e é bem possível que você – que está lendo essa reportagem – já tenha comprado algum carro numa das lojas dele nos últimos 40 anos.
O grupo Caoa tem mais de 200 concessionárias pelo País. São revendas Ford, Hyundai, Subaru, Chery, além de duas fábricas de automóveis.
O que muitos desconhecem é a origem inusitada e ousada do grupo, que registra capítulos importantes pelo Recife, conforme adiantou o próprio Dr. Caoa pra nós do Carro Arretado num almoço em São Paulo, em uma das raras entrevistas concedidas por ele.
A SAGA
Natural de Campina Grande, Paraíba, revelou-se inquieto e visionário desde jovem. Trocou a cidade natal para cursar medicina na Universidade Federal de Pernambuco, feito que ele enche o peito pra dizer com muito orgulho ainda hoje.
Depois de formado, voltou pra casa e seguiu a rotina no atendimento de médico em hospitais. Tudo dentro da normalidade até tentar comprar um Landau numa concessionária de Campina Grande, em 1979.
Pagou e teve dificuldades para receber o veículo porque a loja faliu. Como cliente insatisfeito, foi tomar providências. Conversou com o dono e acabou comprando a revenda.
Nascia ali o homem dos carros. Começou a abrir concessionárias pelo Pais, incluindo o Recife, onde ele já tinha vivido e de onde expandia os contatos.
Naquela altura dá pra imaginar que ele só via a medicina pelo retrovisor para virar o maior revendedor Ford da América Latina.
1992
Só que ser dono de concessionárias parecia ser pouco pra o Caoa. Ele Resolveu então virar importador e trazer a Renault para o Brasil, em 1992, mesmo sabendo que a marca francesa na época carregava a fama de produtos pouco confiáveis.
Ele contrariou prognósticos pessimistas e fez da Renault a líder das importadas em nosso País e a quinta no lugar geral.
A parceria com a marca durou até 98, quando a Renault assumiu a operação no Brasil. Ele partiu pra outra empreitada.
1998
Em seguida, trouxe para cá a japonesa Subaru, fabricante que produz bons carros, mas que tem um volume tímido. É uma marca de nicho que possui revendas no País que estão sob o guarda-chuva do grupo Caoa.
Na mesma época, em 1999, trouxe a Hyundai num período que os brasileiros também viam os carros coreanos com maus olhos, com muita desconfiança.
A fórmula para reverter esse problema? Investir pesado na mídia, apostar em carrões e abrir lojas pelo País. Essa soma de ousadia e visão de negócio deu certo.
A Caoa virou o jogo novamente e fez do Azera, Tucson, Santa Fé e tantos outros objetos de cobiça de muitas famílias brasileiras. E botou a Hyundai lá em cima.
Hoje, ele segue como o responsável pela importação dos modelos da marca coreana que vêm de fora. E tem a fábrica em Goiás que faz o ix35, New Tucson e os caminhões da HR e HD80.
Em relação aos veículos HB20 e Creta, esses são produzidos pela Hyundai Brasil (dos coreanos) e o grupo Caoa é revendedor, responsável por 56 autorizadas a comercializar os automóveis feitos no Brasil da família HB20 e Creta.
2017
Agora recentemente se associou aos chineses da Chery para criar a Caoa Chery. A parceria que nasceu faz dois anos parece que vem dando certo.
E usando justamente o formato de espalhar uma rede de lojas, bons produtos e, claro, muita mídia.
No Grande Recife possui três concessionárias e pode abrir mais. A Chery tem quatro modelos com preços variando de R$ 60 mil e R$ 117 mil.
Dr. Caoa disse que ainda tem muito a fazer, mas parece satisfeito com os números. A Caoa Chery já soma 280% de crescimento em um ano. E o homem dos carros não para quieto.
2020
No ano que vem, ele vai lançar três novos carros da Chery e atualizar outros dois. Já adiantou pra nós, do Carro Arretado, que vai trazer para o Brasil a Exeed, marca de luxo para brigar com Mercedes e BMW. Lá fora o carro tem tecnologia que inclui até reconhecimento facial.
Se ele vai conseguir ainda é cedo, mas alguém duvida do que esse homem é capaz?
Se quiser ver mais sobre Caoa, pode assistir a entrevista que fizemos com ele no último salão do automóvel de São Paulo.
Ele conta que não dirige faz um tempão, que possui carros de várias marcas em sua casa e até qual o automóvel preferido dele.
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