Avaliação: Virtus Exclusive, melhor sedan da categoria, mas Volks cobra caro por ele
Por Matheus Albino
Para nós jornalistas automotivos que testamos, no mínimo, um carro por semana, de diferentes categorias, chega um certo momento em que não é preciso rodar muitos quilômetros para chegar a uma opinião sobre o modelo que está em nossa garagem.
É a tal da experiência que a gente adquire com os anos trabalhando na área. E eu tive essa sensação no recente teste que fiz com o Volkswagen Virtus, na versão Exclusive, que é a mais completa e cara do sedan.
Ele é bonito, espaçoso, parece um carro de categoria maior e ainda tem um motorzão convidativo para boas pisadas no acelerador. Gostei muito desse carro.
Foi a primeira experiência com a versão equipada com motor 1.4 turbo de 150 cavalos e transmissão automática de seis velocidades, mesmo conjunto mecânico do Jetta (exceto o GLi que tem motor 2.0), e nos primeiros quilômetros percebi que o Virtus é outro carro com este motor.
Impressionante como ele tem muito mais disposição em relação ao 1.0 turbo de 128 cavalos. Claro, há uma considerável diferença de potência entre esses dois motores, mas, é preciso colocar em prática para perceber isso.
Tudo melhora, tem mais desempenho, segurança em ultrapassagens e, por incrível que pareça, o consumo não aumenta muito, fica numa média aceitável.
Fiz uma viagem do Recife até a cidade de Surubim, interior do Estado, num total de mais de 240 km de percurso (ida e volta).
Sem abusar do pedal do acelerador, rodando entre 100 e 120 km/h, a média foi de 13,5 km/l, muito boa para um carro com 150 cavalos.
Pra quem não sabe o Virtus nesta versão tem o motor mais potente da categoria, supera Hyundai HB20 (1.0 de 120 cv) e Chevrolet Onix (1.0 de 116 cv), os únicos turbinados além do carro da Volks.
Como nem tudo são flores para o Virtus, em termos de consumo ele perde para esta dupla, o HB20 supera fácil os 15 km/l e o Onix Plus sobe para 17 km/l.
Se você fizer uma média melhor do que a minha com o Virtus, consequentemente iria superar também a bordo de HB20S e Onix Plus, portanto, o Virtus Exclusive não vai superar eles dois no quesito consumo de combustível.
No entanto, mesmo sabendo que no final da viagem a conta do posto com o Virtus vai sair bem mais cara do que os outros dois, ainda fico com o modelo da Volkswagen, principalmente por que ele vence em outro quesito muito importante pra quem costuma pegar a estrada – espaço interno.
O porta-malas tem 521 litros, bem maior do que Onix e HB20S, que não chegam aos 500 litros, sem falar no espaço da cabine que também é melhor.
Três adultos viajam tranquilos na segunda fileira, apenas quem for no meio vai sofrer um pouco por conta do túnel central elevado, o que não é um grande problema e também acontece nos outros dois concorrentes. Mas o Virtus é o único entre os três que oferece saídas de ar atrás.
Se o assunto for assistentes de segurança reconheço que o Virtus não tem um pacote privilegiado, perde para HB20S e vamos colocar o Versa neste tema.
O carro da Volks tem controle de cruzeiro com regulagem de distância, alerta de cansaço do motorista e alerta de frenagem de emergência com uma luz vermelha acendendo no painel.
Diria que esses são os principais, pois freio a disco nas quatro rodas, seis airbags e retrovisor interno com antiofuscamento são complementos e necessários para um carro neste preço, nada que chame muito a atenção do consumidor.
Olhem a lista de segurança de HB20 e Versa e vão ver que eles superam o Virtus. No entanto, o modelo da Volks tem faróis em LED e esta tecnologia é muito importante pois melhora bastante a visibilidade noturna.
Na lista de itens essa versão agrada pelo painel de instrumentos digital configurável, central multimídia de mais de 10 polegadas com projeção sem fio, ar-condicionado digital automático, partida por botão e o carregador de telefone por indução que, assim como em todos os outros carros, independente da marca, demora uma eternidade para carregar o telefone.
Bom, chego à conclusão de que o Virtus custa esses R$ 152 mil muito por conta do bom conjunto mecânico e a vantagem de ser um dos melhores sedans na categoria, principalmente no quesito espaço interno.
E todo mundo sabe que a Volks normalmente cobra um pouco mais caro do que os principais concorrentes, isso é em praticamente todas as categorias e o Virtus não é um “privilegiado” nisso. Nivus e Amarok que o digam…
Se fosse mais barato o volume de vendas seria melhor. Podemos compará-lo com o Versa top de linha que custa R$ 20 mil a menos (R$ 130 mil) e traz uma disputa interessante.
Porém, seu motor 1.6 de 114 cavalos não chega nem perto do desempenho do Virtus e se você leva isso em consideração, vai no carro da Volks.
Ah, mas o Versa tem muitos itens de segurança. Ta bom, você tem razão, mas, na prática, te digo que pouquíssimos motoristas se atentam a todos esses recursos e sequer usam.
Agora, pagar por um motor turbo mais disposto, é óbvio que você vai usar e se beneficiar dele.
O problema está na diferença de preço – R$ 20 mil é muita coisa. Se conseguir negociar e baixar esses R$ 152 mil pedidos pelo Virtus Exclusive, ótimo.
E eu faria isso caso a minha escolha fosse a versão top de linha de um sedan compacto, negociaria o máximo possível para levar o modelo da Volks para a minha garagem. E você, qual modelo compraria?